Apresentação
Ao longo da História, períodos foram marcados por grandes fenômenos de origem natural ou humana, imprimindo suas gerações sempre de forma singular e, na maioria das vezes, definindo aquele interstício temporal com base nessas manifestações. Sem dúvidas, os tempos hodiernos trazem em sua gênese as interações das pessoas com a tecnologia, sendo esta uma protagonista artificial desta geração. Sua capilaridade e, até mesmo a surpreendente inserção e veloz obtenção de status sine-qua-non na vida do Homem, promoveu uma inversão abrupta de valores, ordens e orientações.
Os meios digitais invadiram de tal forma a civilização do século XXI que os equipamentos eletrônicos assumiram um papel de coexistência com o fator humano. Primeiramente, no elo primário entre máquina e ser humano, a função dos aparelhos era otimizar os processos em qualidade e quantidade, sempre de forma supletiva e, não poucas vezes, como verdadeiros acessórios de luxo, catalisando os trabalhos dos locais com maior estrutura. Não se pode olvidar que os primeiros computadores ocupavam o espaço de um prédio e, no auge de suas atividades, em apertada síntese, tinham capacidade limitada a resolver cálculos dentro do sistema binário.
A evolução tecnológica reduziu os equipamentos e os vem tornando cada vez mais sofisticados. Entretanto, deu-se o segundo passo, inaugurando-se o elo secundário – o qual se experimenta nos dias atuais – em que as máquinas atuam em regimente de coordenação e mútua dependência com as pessoas. Indaga-se: em 2023, quais seriam as atividades que permaneceriam ilesas diante de uma súbita falta de energia elétrica de uma semana? Hospitais, escolas, fóruns e demais repartições essenciais à vida humana certamente entrariam em colapso diante da inoperância dos equipamentos e seus respectivos sistemas. Você já fez essa reflexão?
Como se não bastasse, estamos entrando na terceira geração desse processo de evolução tecnológica, quando – por meio da inteligência artificial – a ciência tenta estabelecer o protagonismo às máquinas e reduzir as pessoas a meros operadores. Trata-se de uma inversão total de papeis, usurpando do ser humano o seu grande diferencial ante todas as espécies vivas na Terra: a capacidade de pensar.
Negar a tecnologia seria dar azo à ignorância. Tentar barrá-la, ainda pior, representaria a assunção de uma posição pária no cenário internacional, correndo-se o risco de descontextualizar toda uma geração. De outro lado, as meras críticas acadêmicas vazias representariam uma releitura do “Velho do Restelo”, do Canto VI d’Os Lusíadas. É premente, portanto, a necessidade de um estudo mais aprofundado do que tem acontecido no mundo, da evolução das máquinas e do pouco crescimento das pessoas, que parecem involuir em guerras e conflitos que beiram à insanidade.
E é diante desse mister que apresentamos o Portal Dokimasia. Uma oposição aos conceitos da celeridade desmedida e irresponsável das redes, ou ainda, daquela máxima de que só tem engajamento conteúdo rápido, superficial e que não desperte reflexão. Ousamos discordar. Com esse propósito, convidei o Prof. Anderson Menezes, um grande estudioso e amigo que Deus me presenteou, para iniciar essa jornada.
Fomos à Grécia Antiga e trouxemos o título, em Grego, Dokimasia. Esse termos retoma a um processo de investigação, de apuração profunda, tal como pretendemos realizar em nossas reflexões que alimentarão o portal. Então, se você é aquele tipo de pessoa que não aceita ser meramente conduzido, ou acompanhar sua vida passando pela plateia, siga conosco. Não teremos limites temáticos, mas nossas matrizes axiológicas estarão arraigadas no Direito, na Saúde Mental, na Educação, ou outras áreas do conhecimento, sempre tomadas em uma apuração jornalística repleta de elementos filosóficos. Trata-se de um trabalho inédito para o qual contamos com seu apoio e audiência.
Sigamos juntos!