Míriam Leitão na ABL
A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita nesta quarta-feira (30) para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano. A eleição ocorreu na sede da ABL, no Rio de Janeiro, utilizando urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
Míriam Leitão recebeu 20 votos, superando o ex-senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, que obteve 14 votos. Ao todo, 16 candidatos concorreram à vaga, incluindo o jornalista Tom Farias e o escritor Rodrigo Cabrera Gonzales.
Aos 72 anos, Míriam se torna a 12ª mulher a integrar a ABL desde sua fundação, em 1897, e a quinta mulher entre os atuais membros da Academia Brasileira de Letras.
Nascida em Caratinga, Minas Gerais, Míriam Leitão iniciou sua carreira jornalística no Espírito Santo, passando por Brasília e São Paulo antes de se estabelecer no Rio de Janeiro, em 1986. Com mais de cinco décadas de atuação na imprensa, trabalhou em veículos como Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, e desde 1991 integra o Grupo Globo, onde atua como colunista do jornal O Globo, comentarista na TV Globo, CBN e GloboNews, além de apresentar o programa de entrevistas “Miriam Leitão” na GloboNews.
Autora de 16 livros que abrangem gêneros como não ficção, crônica, romance e literatura infantil, Míriam recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo dois Prêmios Jabuti em 2012 pela obra “Saga Brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda”
Durante a ditadura militar, aos 19 anos, Míriam foi presa e torturada por se opor ao regime, experiência que moldou seu compromisso com a democracia e a liberdade de expressão. Em 2024, foi agraciada com o Troféu Juca Pato, concedido pela União Brasileira de Escritores ao intelectual do ano.
Com sua eleição, Míriam Leitão reforça a presença feminina na ABL e contribui com sua vasta experiência jornalística e literária para os debates culturais e intelectuais da instituição.
