23/12/2024

Happy Slapping e Cyberviolência: os impacetos na saúde dos jovens e o papel da escola e da família na prevenção

Dra. Angélia Lira

 

O happy slapping é uma manifestação de violência que surgiu no Reino Unido e rapidamente se tornou globalmente com o crescimento das redes sociais. A prática envolve ataques físicos inesperados, cujas agressões são gravadas e posteriormente compartilhadas online. Embora o termo “tapa feliz” sugira algo descontraído, o comportamento representa uma forma de violência e bullying, na qual as vítimas são humilhadas publicamente, resultando em sérios impactos emocionais e sociais.

Esse interesse é especialmente preocupante nas escolas, pois envolve adolescentes, que estão em um estágio de desenvolvimento em que a pressão do grupo e a busca por recursos sociais são muito presentes. O ambiente escolar, que deveria ser um espaço seguro, torna-se um local de ansiedade e medo quando o tapa feliz ocorre, prejudicando a convivência entre os estudantes e, em muitos casos, comprometendo o desempenho acadêmico e emocional das vítimas. Isso também contribui para a propagação de uma cultura de violência e insensibilidade, onde a dor do outro é transformada em entretenimento.

Para enfrentar o tapa feliz e proteger crianças e adolescentes, é essencial que as escolas e as famílias atuem juntas com estratégias de conscientização e prevenção. No ambiente escolar, é possível realizar palestras, workshops e campanhas educativas sobre o uso responsável das redes sociais e o respeito ao próximo. Trabalhar temas como empatia e inclusão ajuda social a estabelecer um ambiente escolar mais acolhedor e saudável. As escolas também podem abordar as consequências legais e psicológicas do tapa feliz , mostrando aos alunos que esse tipo de comportamento tem impacto direto na vida de todos os envolvidos.

As famílias, por sua vez, têm um papel crucial nesse processo. Manter um diálogo aberto com os filhos sobre o uso ético das redes sociais e as responsabilidades que isso envolve são fundamentais. Orientações sobre o impacto das ações e o incentivo à empatia ajudam os adolescentes a discernirem o que é aceitável e seguro. Além disso, acompanhar o uso de dispositivos e redes sociais pelos jovens permite uma intervenção mais rápida e eficiente, caso surjam sinais de envolvimento em práticas de bullying ou violência.

Portanto, com o trabalho conjunto entre escolas e famílias, é possível reduzir a influência desse tipo de comportamento e criar um ambiente mais seguro e respeitoso para os jovens, contribuindo para o desenvolvimento emocional saudável e para a construção de uma sociedade mais empática e consciente.