23/12/2024

Cantor Anderson Leonardo, do Grupo Molejo, morre aos 51 anos, no Rio

Artista lutava contra um câncer

 

O cantor Anderson Leonardo, do Grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro. A confirmação foi feita por meio de uma publicação nas redes sociais do grupo de pagode. Anderson enfrentava um câncer. Ele tinha 51 anos e estava internado no Hospital da Unimed-Rio.

“Nosso guerreiro Anderson Leonardo lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao Molejo”, escreveu o grupo.

“Sua presença e a alegria eram uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, completa a publicação.

Internações

O cantor, compositor e produtor musical enfrentava desde 2022 um câncer inguinal, que se manifestou na região da virilha. Em novembro e dezembro de 2022, ele chegou a aparecer em vídeos nas redes sociais informando que estava curado.

No entanto, em 2023 Anderson precisou passar por diversas internações. Em setembro do ano passado, ele deixou o hospital, mas não chegou a ser liberado para apresentações nem para  receber visitas.

No dia 27 de fevereiro de 2024, foi internado novamente para dar continuidade ao tratamento de imunoterapia e medicações para dores. Em 19 de março, Anderson teve alta médica após passar pelo procedimento de bloqueio de plexo nervoso hipogástrico, para atenuar as dores. Seis dias depois, voltou ao hospital em estado grave. Ele passou por tratamento de quadro infeccioso com antibióticos.

No último dia 8, foi informado que o cantor estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Unimed-Rio. A informação passada pela assessoria do grupo era de que enfrentava um quadro de insuficiência renal, porém lúcido e respirando sem ajuda de aparelhos.

No dia 22, o Grupo Molejo fez um apelo nas redes sociais por doações de sangue e informou que não havia previsão de alta do artista. Ele era acompanhado pelo médico Luiz Fernando Nogueira Simvoulidis.

Carreira

Nascido em 18 de agosto de 1972, Anderson era da Abolição, subúrbio do Rio de Janeiro, e teve contato com a música desde criança, especialmente devido à influência do pai, o produtor musical Bira Haway.

O artista era dono de umas das vozes mais conhecidas e animadas do pagode, principalmente na década de 90. O timbre se misturava com risadas que acompanhavam o cantor em apresentações e entrevistas. Fez sucesso com músicas como Cilada, Brincadeira de Criança e Dança da Vassoura.

Em 2016, para celebrar os mais de 30 anos de carreira, o grupo lançou o álbum Molejo Club, apostando na modernização de suas músicas, ao mesmo tempo em que mantinha o repertório clássico de alto-astral.

Anderson deixa quatro filhos: Leozinho, Alessa Crystine, Rafael Phelipe e Alice.

Repercussão

Pelas redes sociais, Leozinho publicou uma despedida para o pai. “Tô no teu colo hoje, sempre, e pra sempre. Essa é a minha sensação. Te amo”, escreveu.

A escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel fez referência a um trecho de música do grupo de pagode para homenagear Anderson. “Bom sempre será ser feliz com Molejão”.

“Infelizmente, essa não é brincadeira de criança e a Estrela está arrasada com o falecimento de Anderson Leonardo”, lamentou a escola. “Sua voz, ao lado do meu Andrezinho, marcou toda uma geração que cresceu se divertindo com o Molejo”. Andrezinho, um dos integrantes do Molejo, é filho do lendário mestre André, da bateria da Mocidade.

O cantor Xande de Pilares postou um vídeo em que toca e canta ao lado de Anderson. “Obrigado pela oportunidade de poder partilhar muitos grandes momentos ao seu lado, você foi um gigante. Descanse em paz, meu amigo, meu irmão!!! Estaremos juntos pela eternidade”, se despediu.

O cantor Dudu Nobre também escreveu uma mensagem de pesar. “Meu irmão, meu amigo, meu parceiro. Você foi um dos caras mais incríveis que conheci, vai na fé, meu amigo. Vamos sempre lembrar da sua alegria e do quanto você era uma pessoa fantástica”.

 

Edição: Kleber Sampaio e Sabrina Craide

Agência Brasil