20/06/2025

Presidente da Coreia do Sul aceita demissão do Ministro da Defesa

Em meio a uma crise política sem precedentes, o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, aceitou a demissão do Ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, nesta quarta-feira, 4 de dezembro de 2024. A renúncia ocorre após a controversa declaração de lei marcial, que vigorou por apenas seis horas antes de ser revogada pela Assembleia Nacional, desencadeando protestos em massa e uma moção de impeachment contra o chefe de Estado.

Kim Yong-hyun, que assumiu o cargo em 9 de setembro de 2024, foi apontado como o principal articulador da imposição da lei marcial. Em comunicado, ele expressou profundo pesar e assumiu total responsabilidade pela confusão e preocupação causadas ao povo sul-coreano. O Ministério da Defesa confirmou que foi Kim quem aconselhou o Presidente Yoon a decretar a medida extrema.

A decisão de declarar lei marcial, justificada por Yoon sob a alegação de atividades antiestatais da oposição e supostas simpatias com a Coreia do Norte, resultou na mobilização de tropas nas ruas de Seul. A medida foi rapidamente contestada pela Assembleia Nacional, que votou pela sua revogação, e provocou manifestações populares exigindo a renúncia do presidente.

Em resposta à crise, o Presidente Yoon nomeou Choi Byung-hyuk, um general de quatro estrelas aposentado e então embaixador na Arábia Saudita, como novo Ministro da Defesa. A nomeação de Choi, que possui vasta experiência militar, é vista como uma tentativa de restaurar a estabilidade no Ministério da Defesa e reafirmar a autoridade do governo em questões de segurança nacional.

Paralelamente, a oposição, liderada pelo Partido Democrático, apresentou uma moção de impeachment contra o Presidente Yoon, acusando-o de violar a Constituição e exceder sua autoridade ao declarar a lei marcial sem o devido processo legal. A moção requer o apoio de dois terços dos 300 membros da Assembleia Nacional para ser aprovada. Atualmente, a oposição detém 192 assentos, necessitando, portanto, de votos adicionais de membros do partido governista para alcançar a maioria necessária.

A crise política também gerou reações internacionais. Autoridades dos Estados Unidos expressaram surpresa com a declaração de lei marcial, considerando-a um erro de julgamento significativo. A situação atual destaca as profundas divisões políticas na Coreia do Sul e levanta questões sobre a estabilidade democrática do país.

A renúncia de Kim Yong-hyun e a nomeação de Choi Byung-hyuk ocorrem em um momento crítico, com a nação enfrentando desafios internos significativos e tensões regionais crescentes. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, enquanto o governo sul-coreano busca restaurar a ordem e a confiança pública em meio a esta turbulência política.