ONU pede que negociadores acelerem o passo em tratado sobre poluição plástica
Diretora-executiva do Pnuma relata clima de frustração e impaciência com avanço lento do texto; ela pediu consenso e ação para que produção de plásticos faça parte do escopo do acordo.
Após dois anos de negociação, a quinta e última rodada para construção de um tratado internacional que acabe com a poluição plástica está sendo marcada por “impaciência”.
A observação é da diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, em conversa com jornalistas em Busan, na Coreia do Sul, nesta quarta-feira.
Frustração “palpável”
Inger Andersen afirmou que a velocidade na elaboração do texto é insuficiente para concluir o tratado. Para ela, é muito claro que os países querem esse acordo, bem como a população em geral, e que por isso mesmo a frustração sentida na sala de negociação é “palpável”.
A chefe do Pnuma afirmou que com boa vontade e aceleração, esse acordo pode ser concluído e aprovado até este domingo, 1 de dezembro. Ela pediu que os negociadores se dediquem ao consenso e, em caso de impasse, avancem onde há mais convergência.
Para Andersen, o escopo da resolução que deu origem à negociação é “muito claro” e envolve uma abordagem do tempo de duração dos produtos plásticos, consumo e produção sustentáveis e a criação de um mecanismo de financiamento.
Redução da produção
Ela pediu que o texto seja colocado na mesa nesta quinta-feira. O que antes era um documento com 77 páginas está se transformando em artigos e capítulos.
Sobre temores de que o acordo não contenha nenhuma referência à produção de plásticos, Andersen afirmou que o ciclo de vida completo dos produtos e o foco em produção sustentável devem ser “parâmetros definidores” do texto.
A diretora do Pnuma ressaltou que a meta é “ver a redução daquilo que é despejado no meio ambiente”. No entanto, “o que isso representa em termos de redução da produção, cabe aos negociadores definir”, adicionou ela.
Ela reconheceu a experiencia dos diplomatas presentes em Busan, na Coreia do Sul, e afirmou que “todos concordam em acabar com a poluição plástica”, mas existem divergências de como fazer isso.