O Crescimento das Candidaturas Femininas e o Fortalecimento da Democracia nas Eleições de 2024
Saudações, leitoras e leitores!
É com grande satisfação que abordo, nesta semana, um tema de extrema relevância para o cenário político atual: o crescimento das candidaturas femininas para as eleições de 2024. Esse movimento reflete mudanças importantes em nossa sociedade, sinalizando um maior engajamento das mulheres na política e na busca por representatividade.
Ainda assim, mesmo com esses avanços, a política sempre foi um ambiente majoritariamente masculino. As mulheres enfrentam uma série de obstáculos, como a falta de financiamento adequado, a cultura machista enraizada e a sub-representação em espaços de poder. Mas os números recentes mostram que estamos caminhando para uma nova realidade.
Crescimento das Candidaturas Femininas
Nas eleições de 2020, o Brasil registrou um aumento expressivo no número de mulheres candidatas, um reflexo das políticas de incentivo e das cotas de gênero estabelecidas pela legislação eleitoral. A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) exige que os partidos políticos reservem no mínimo 30% de suas candidaturas para cada gênero, o que tem contribuído para impulsionar a participação das mulheres nas disputas eleitorais.
Para as eleições de 2024, as projeções são ainda mais animadoras. Diversos movimentos, organizações e partidos têm incentivado a formação de lideranças femininas, investindo em campanhas de capacitação e conscientização. Isso representa uma mudança cultural importante, onde a sociedade começa a entender a necessidade de diversificar os perfis de liderança, não apenas como uma questão de igualdade, mas também de qualidade na governança.
Embora o aumento no número de candidaturas seja um marco a ser celebrado, ainda enfrentamos grandes desafios. O primeiro deles é garantir que as mulheres não apenas se candidatem, mas também sejam eleitas. Muitas candidaturas femininas ainda são usadas como “candidaturas laranjas” para o preenchimento das cotas de gênero, sem o devido suporte e financiamento por parte dos partidos.
Além disso, o ambiente político continua sendo um espaço de enfrentamento para as mulheres, que muitas vezes sofrem violência política de gênero, sejam ataques pessoais ou desqualificações de suas competências e capacidades.
Como advogada, vejo que a atuação jurídica tem um papel fundamental nesse processo. Não apenas para garantir o cumprimento das cotas de gênero e denunciar fraudes, mas também para proteger as candidatas contra a violência política e a discriminação. A legislação eleitoral e as decisões judiciais podem ser aliadas importantes para fortalecer a presença feminina nos espaços de poder.
Os tribunais têm reconhecido, com maior frequência, a importância de punir práticas de violência política de gênero, fortalecendo o direito das mulheres de participar plenamente do processo eleitoral.
Por que Precisamos de Mais Mulheres na Política?
A resposta é simples: diversidade enriquece a democracia. As mulheres trazem perspectivas únicas, muitas vezes ignoradas em ambientes dominados por homens. Ao promover políticas públicas voltadas à educação, saúde, direitos das mulheres, combate à violência doméstica, entre tantas outras pautas, as mulheres têm a capacidade de transformar a sociedade.
Mais do que números, a participação feminina é sobre criar um ambiente político que represente a totalidade da população. É essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
O aumento das candidaturas femininas para as eleições de 2024 é uma conquista significativa, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Devemos continuar incentivando e apoiando mulheres a se candidatarem, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e respeitadas. A transformação política começa com mais mulheres no poder.
Que cada candidatura feminina seja um passo rumo a um Brasil mais representativo, igualitário e democrático.