Autismo não desaparece aos 18 anos!

Dra. Erica Constantini
Por mais estranho que possa parecer essa afirmação, ela é necessária.
É muito simples: o bebê autista será a criança autista, que será o adolescente autista, que será o adulto autista e que será o idoso autista!
E como dito, mesmo que seja uma constatação óbvia, o que vemos no cenário de atendimento ao autismo no Brasil atualmente(e ainda!) é quase um esquecimento das necessidades e demandas dos autistas adultos e o modo como isso os impacta em sua saúde física e mental .
Se tudo pode parecer difícil para aquele autista que chega à vida adulta e vê suas necessidades serem negligenciadas, imagine como é para o autista que teve seu diagnóstico tardiamente…
Esta pessoa, que geralmente já passou por vários diagnósticos equivocados, quando finalmente entende a razão das suas dificuldades, limitações e sofrimento percebe que talvez não encontre acolhimento, terapias, adaptações e compreensão, necessários para seu bem-estar e qualidade de vida.
Cada fase ou momento da vida tem suas demandas e necessidades específicas.
Saber identificar quais são e criar condições e estratégias para que sejam cuidadas e supridas adequadamente é fundamental para um desenvolvimento pleno na infância e garantia de qualidade de vida posteriormente.
De quem é essa responsabilidade? De todos!
Família, profissionais, sociedade, estado, setores públicos e privados.
Sim! Porque os autistas estão em todos os lugares: em casa, na escola, nas universidades, nas indústrias e na sociedade.
São familiares, estudantes e profissionais que vivem e convivem numa sociedade que precisa estar preparada para atender tais necessidades em todas as fases e de todas as formas: com acolhimento, amor e compreensão, mas sobretudo com informação e políticas públicas consistentes e eficazes.
O Autismo não acaba aos 18 e não é um diagnóstico de tamanho único.
Cada autista é um autista diferente!