21/12/2024

Por Marcelo Henrique

 

Hoje, 25 de janeiro de 2024, a maior metrópole do Brasil completa 470 anos. Gigante em todos os seus números, a pauliceia carrega em si o berço da colonização brasileira, agregando em suas imensuráveis dimensões diversas culturas, credos e ideologias. É um verdadeiro microcosmo do mundo, onde se experimenta, em miniatura, tudo o que se encontra em maior escala no globo terrestre.

Nossa charmosa e amada metrópole já experimentou épicas fases e, como que por uma vocação natural, vem se transformando, reinventando-se a cada dia e, como sempre, surpreendendo paulistas e visitantes. Desde Piratininga, que inspirava o espírito empreendedor dos Bandeirantes, até a Canaã para os migrantes brasileiros, São Paulo multiplica sua vocação de agregar e, de forma crescente, oferecer oportunidade àqueles que buscam trabalhar e crescer na vida. Não à toa, o poeta Billy Branco teceu os lindos versos:

São Paulo que amanhece trabalhando,

São Paulo que não pode adormecer,

Porque durante a noite,

O Paulista vai pensando,

Nas coisas Que de dia vai fazer!

Mas essa Thumbnail do mundo, esse espaço de trabalho e empreendedorismo, na minha opinião, vem se transformando em uma ideia infinitamente maior do que suas linhas limítrofes. Seu atual estágio de metamorfose – fortemente forjado pela expensão dos meios digitais – deflagou uma vocação de inspirar as pessoas, tornando-se um verdadeiro conceito quando se vislumbra um hub de negócios. Essa alma genuinamente paulista de empreender tem se irradiado positivamente, fazendo nascer essa vocação também em pessoas de outros estados e até mesmo países.

Essa nova face dessa senhora de 470 anos responde aos já habituais comentários dos mais pessimistas que decretam a saturação de São Paulo. Aqueles “das antigas”, que habitam bairros icônicos e seculares e vivem dizendo que “São Paulo já não é mais a mesma”, que “São Paulo já está saturada”, mas que – mesmo tendo oportunidade – não deixam, por nada, a metrópole. Para esses e para todos, destina-se a elaboração de uma frase que ouvimos desde criança: “São Paulo não para!” Não mesmo; não para e quando seus ciclos se estabilizam (expedições bandeirantes, café, indústria, comércio, serviços, …), já tem outro pronto para fazer valer o lema que estampa seu belo brasão: Non ducor, duco, que, em Português, traduz-se por “Não sou conduzido, conduzo”.

Assim externo meus mais orgulhosos e efusivos cumprimentos à metrópole que conduz e abraça aqueles que andam no seu ritmo. A inteligência artificial do Brasil e, agora, o hub inspirador que leva a alma de paulista e a nossa cultura para diversas partes do país e do mundo. Só ainda não conseguimos levar o pastel do Hocca, o Filet do Moraes, a Pizza Margherita da Speranza, a alegria do Parque do Ibirapuera, ou aquele clima quentinho de Moema… alguém duvida que logo será possível?

 

*Originalmente publicado no Intelectualidade.online