21/12/2024

E dezembro chegou…

Trazendo consigo uma pressa por avaliação.

Por verificar quantos pontos fizemos em 2023. A tal da retrospectiva.

Consegui realizar as metas com as quais me comprometi?

O que houve? O que me tirou da estrada antes da chegada?

Parece fraqueza? Não.

Talvez seja interessante usar a franqueza. E sendo realmente franca a vida não segue exatamente os nossos rabiscos.

A vida tem vontade própria e geralmente sua vontade não coincide com a nossa.

Ela joga.

Tem mão e vez.

E mesmo que eu tivesse um Straight Flush em mãos, e a vitória estivesse logo ali, ela pode, sem qualquer cerimônia, mudar o jogo.

Que tal fazer uma revisão? Recolher-se. Ser mais gentil com o que lhe aconteceu.

Colocar novas palavras e deixar que elas substituam seus descaminhos. Deixar que as palavras contem novas histórias de você.

Não tive êxito no processo porque perdi o prazo.

Vamos reescrever?

Vou construir uma organização pessoal que me permita cumprir prazos antes da data, para que infortúnios não aconteçam.

É dizer a si mesmo, que a derrota sopra o vento do aprendizado.

O que eu posso fazer com o que me aconteceu?

Resiliência.

Coragem.

Franqueza.

Cadê sua lista?

O que na sua lista de conquistas não foi realizado?

Por que não rasgar a lista?

Por que não apagá-la do aplicativo?

Seria justo escrever o que lhe aconteceu. Seria um excelente exercício revisitar os momentos que lhe exigiram coragem.

Lembra aquele dia que você teve que ser forte? Colocou sua dor no bolso e foi. Lembra?

Recorde daquele dia que você riu de si e não se tornou uma vítima da situação.

E quando você abraçou seu amigo e lhe falou algo que não o deixou desistir?

Sabe aquele dia que você chorou compulsivamente pensando que não havia solução, mas houve.

E na festa que você dançou e não se preocupou com as opiniões, foi apenas você.

Foi livre. Foi espontâneo.

Talvez sua lista de metas deva ser substituída por uma lista de memórias da vida.

Qual o dia que fui mais feliz?

Quando fui mais ridículo? Aquele mico?

Que dia achei que seria o último naquele lugar, naquele trabalho, com aquela pessoa, mas era só uma pausa para ver o que eu realmente queria?

O que aconteceu nas vésperas dos grandes acontecimentos do meu ano?

Quais os aprendizados mais significativos?

Deixei espaço para a espontaneidade?

Fui humano e gentil? Fui melhor do que quem eu era ano passado? Repeti erros? Quem eu perdi ou se perdeu de mim?

Como é que está a sua lista?

Que tal ao invés de riscar o que você cumpriu, você escrever e recordar o que viveu?

Que tal não tentar prever como será, mas deixar espaço para o ordinário lhe surpreender?

Que tal escrever a sua história? Dessa vez ipsis litteris, com todos os detalhes, e se parabenizando pelo que você aprendeu e cresceu.

Solte o tabuleiro.

Coloque as cartas na mesa.

Acho que está na hora de deixar a vida jogar.

Solte.

Você não tem controle.

Abra-se para a espontaneidade.

Escreva no seu caderno: vida me surpreenda.

É uma lista mais justa.

Solte. Agora é a hora e a vez da vida jogar.

Que dezembro lhe surpreenda.