26/04/2025

O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936, no bairro de Flores, em Buenos Aires, Argentina, faleceu no dia 21 de abril de 2025, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano. A causa oficial de sua morte foi um acidente vascular cerebral fulminante, seguido de insuficiência cardíaca irreversível, conforme comunicado emitido pela Santa Sé. Com sua partida, encerra-se um dos pontificados mais emblemáticos da história contemporânea da Igreja Católica, marcado por um compromisso inabalável com os pobres, a justiça social e a reforma das estruturas eclesiásticas.

Filho de imigrantes italianos e inicialmente formado como técnico químico, Bergoglio ingressou na Companhia de Jesus em 1958, sendo ordenado sacerdote em 1969. Ao longo das décadas seguintes, ascendeu aos mais altos postos da hierarquia eclesiástica, sendo nomeado arcebispo de Buenos Aires em 1998 e criado cardeal em 2001 pelo Papa João Paulo II. Em 13 de março de 2013, foi eleito Papa, tornando-se o primeiro pontífice jesuíta, o primeiro oriundo das Américas e o primeiro a adotar o nome Francisco, em referência ao santo de Assis, símbolo de humildade e defesa dos pobres.

Durante seu pontificado, Francisco distinguiu-se pela opção deliberada por uma vida de simplicidade e pelo esforço contínuo de aproximar a Igreja das realidades sociais mais desafiadoras. Rejeitou os luxos tradicionais do papado, escolhendo residir na Casa Santa Marta em vez do Palácio Apostólico, e adotou um discurso pastoral que priorizava a escuta, a misericórdia e o acolhimento. Sob sua liderança, foram implementadas reformas substanciais na Cúria Romana, com vistas à transparência administrativa, ao combate aos abusos sexuais e à descentralização do poder eclesiástico.

Destacou-se ainda por sua defesa veemente das causas ambientais, consagrada na encíclica Laudato si’, e por seu empenho no diálogo inter-religioso e na inclusão de grupos historicamente marginalizados. Sua postura conciliadora, embora por vezes criticada por setores mais conservadores, almejava uma Igreja sinodal, participativa e aberta às complexidades do mundo contemporâneo.

Nos últimos anos de sua vida, o Papa enfrentou sérios problemas de saúde, agravados por episódios respiratórios recorrentes. Em fevereiro de 2025, foi internado com pneumonia bilateral e permaneceu hospitalizado por 38 dias. Após sua alta em março, seu estado de saúde permaneceu delicado. Sua última aparição pública ocorreu na celebração da Páscoa, em 20 de abril, quando, visivelmente fragilizado, proferiu sua derradeira bênção Urbi et Orbi.

A morte de Francisco marca o fim de um ciclo singular na história da Igreja. Seu legado, profundamente marcado por um humanismo cristão engajado e uma visão reformista do catolicismo, permanecerá como referência para futuras gerações. Francisco não apenas reconfigurou o papel pastoral do pontífice, mas também redefiniu, com firmeza e ternura, o sentido contemporâneo da missão evangelizadora.