Petróleo apresenta leve alta em meio a incertezas sobre oferta e demanda global

Os preços do petróleo registraram uma leve alta no início desta semana, refletindo o equilíbrio delicado entre as preocupações com a oferta e as incertezas em torno da demanda global. Os contratos futuros do Brent, referência internacional, subiram 0,5%, alcançando cerca de US$ 85,20 por barril, enquanto o WTI, referência nos Estados Unidos, registrou um avanço semelhante, cotado em US$ 81,40 por barril.
A alta nos preços é atribuída, em parte, ao otimismo sobre a reabertura gradual de economias asiáticas, especialmente a China, que continua sendo o maior importador mundial de petróleo. Embora a economia chinesa tenha enfrentado uma desaceleração em 2024, sinais recentes de estímulos econômicos por parte de Pequim reacenderam as expectativas de aumento na demanda por combustíveis fósseis.
Do lado da oferta, cortes de produção liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) continuam a restringir o mercado. A Arábia Saudita e a Rússia mantêm compromissos de redução voluntária de produção, estratégia que tem contribuído para evitar quedas mais expressivas nos preços.
Além disso, tensões geopolíticas em regiões produtoras de petróleo, como o Oriente Médio, aumentam os riscos de interrupções no fornecimento e trazem suporte adicional aos preços.
Apesar dos movimentos de alta, o mercado permanece cauteloso em relação à recuperação da demanda global. A persistência de políticas monetárias apertadas em economias avançadas, como os Estados Unidos e a zona do euro, levanta dúvidas sobre o ritmo de crescimento econômico e, consequentemente, sobre o consumo de energia.
“Embora haja sinais positivos vindos da China e de outras economias emergentes, o mercado ainda está atento ao impacto de juros elevados em setores como transporte e indústria, que são grandes consumidores de petróleo”, explica Ana Paula Reis, analista de energia de uma consultoria internacional.
Os analistas divergem quanto à direção dos preços do petróleo no curto e médio prazo. Enquanto alguns projetam uma recuperação gradual, com o Brent atingindo US$ 90 por barril até o segundo trimestre de 2025, outros apontam para um possível recuo caso a desaceleração econômica global se intensifique.
O mercado também aguarda os próximos movimentos da OPEP+, que deve se reunir em breve para revisar suas metas de produção. Decisões nesse sentido, combinadas com dados sobre estoques nos Estados Unidos e indicadores econômicos globais, serão determinantes para o comportamento do mercado nas próximas semanas.
A leve alta no preço do petróleo reflete um cenário de forças opostas: a recuperação moderada de economias emergentes e os cortes de oferta enfrentam a pressão de uma demanda global ainda instável. Para os próximos meses, o mercado deve continuar a oscilar entre dados econômicos, decisões geopolíticas e os ajustes de oferta promovidos pelos grandes produtores, mantendo a volatilidade como marca registrada do setor energético.