22/12/2024

Empresário morre durante ressonância magnética, em Santos

A morte de Fábio Mocci Rodrigues Jardim, empresário de 42 anos, durante a realização de um exame de ressonância magnética em uma clínica privada em Santos, litoral Sul de São Paulo, chocou o Brasil. A tragédia levanta uma série de dúvidas e preocupações a respeito das práticas de segurança e dos protocolos médicos adotados nesse tipo de procedimento. Jardim era conhecido na cidade por seu espírito empreendedor e pela atuação no setor de tecnologia, deixando amigos e familiares inconsoláveis.

A fatalidade, ainda sob investigação, ocorre em um contexto de crescente demanda pelos serviços de imagem no Brasil, e lança luz sobre o grau de atenção e preparação necessários para garantir a segurança de pacientes que se submetem a exames como o de ressonância magnética.

 

A Tragédia na Clínica

De acordo com o relato de sua esposa, que o acompahava durante o exame, Fábio Jardim se dirigiu à clínica para realizar um exame de ressonância magnética, para investigação de uma sonolência constante pela qual vinha passando o paciente. Contudo, pouco após o início do procedimento, ele sofreu um mal súbito que resultou em sua morte. A causa exata da morte ainda não foi determinada, mas especula-se que Jardim teria passado por um evento cardiovascular, possivelmente uma parada cardíaca.

Testemunhas e profissionais presentes na clínica afirmaram que o empresário foi prontamente atendido após os primeiros sinais de complicação, mas as manobras de reanimação realizadas pela equipe foram insuficientes para salvar sua vida. As autoridades de saúde foram acionadas, e a polícia investiga as circunstâncias da morte, inclusive a adequação dos procedimentos de emergência e suporte médico disponíveis no local.

 

A Questão dos Procedimentos de Segurança

A ressonância magnética, embora geralmente segura, é um exame que envolve um ambiente de alta complexidade. O aparelho utilizado para o exame possui um poderoso campo magnético que exige protocolos rigorosos de segurança, tanto para proteger o paciente quanto para evitar acidentes. Especialistas explicam que é fundamental a realização de uma triagem detalhada antes do exame para descartar a presença de qualquer dispositivo ou condição que possa representar risco em um ambiente de ressonância.

A clínica não se manifestou até o momento.

 

O Que Dizem os Especialistas sobre o Caso

Para compreender melhor o que pode ter acontecido com Fábio Jardim, a reportagem consultou especialistas em medicina diagnóstica e segurança em exames de imagem. O cardiologista Dr. Marcelo Tavares explica que pacientes com histórico de doenças cardíacas, mesmo que não diagnosticadas, podem estar em risco em situações de estresse, como o ambiente fechado da ressonância. “Embora a máquina em si não represente um perigo direto ao sistema cardiovascular, o estresse ou claustrofobia desencadeados podem induzir reações graves em pessoas suscetíveis”, explica.

Já o radiologista Dr. Guilherme Santana destaca que exames prévios e anamnese detalhada são etapas cruciais. “A segurança em uma ressonância depende tanto do preparo da equipe quanto do protocolo rigoroso que deve ser seguido. Casos como esse são raros, mas indicam que é sempre necessário revisitar os processos e garantir que todas as precauções estão sendo tomadas”, comentou o especialista.

 

Ressonância Magnética: Riscos e Procedimentos de Segurança

A ressonância magnética é amplamente utilizada por sua capacidade de produzir imagens de alta qualidade e detalhamento dos tecidos internos do corpo sem o uso de radiação ionizante, como acontece em outros exames de imagem. No entanto, a força do campo magnético gerado pelo equipamento impõe restrições rigorosas, especialmente no que se refere a dispositivos metálicos ou eletrônicos, como marca-passos, que podem ser afetados ou até mesmo danificados durante o exame.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as clínicas que oferecem esse serviço devem adotar normas de segurança que incluem sinalização adequada, equipe treinada em emergências e exame prévio de cada paciente. Em nota, a Anvisa afirmou que “está acompanhando a situação e colaborando com a investigação”.

 

A Dor e a Busca por Justiça da Família

A família de Fábio Jardim afirma estar determinada a buscar justiça e uma explicação para a morte inesperada. Segundo eles, o empresário era uma pessoa ativa e saudável, o que torna sua morte ainda mais difícil de compreender. Em declarações à imprensa, os parentes de Jardim expressaram sua dor e frustração. “Queremos que a verdade venha à tona. Não podemos acreditar que alguém possa morrer assim, em um exame de rotina”, disse a mãe de Fábio, emocionada.

 

Impacto para o Setor de Saúde e Questões a Serem Avaliadas

A tragédia trouxe à tona uma discussão sobre a necessidade de revisão e fiscalização mais rigorosa dos procedimentos e do atendimento nas clínicas de imagem no Brasil. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que está monitorando o caso e que poderá adotar medidas para reforçar a segurança em ambientes hospitalares e clínicos.

Casos como o de Fábio Jardim são raros, mas o impacto da tragédia ressalta a importância de uma abordagem mais rigorosa na segurança de pacientes em exames de imagem, que estão cada vez mais acessíveis e populares. A busca por transparência e justiça impulsionada pela família de Fábio poderá levar a uma revisão mais ampla de protocolos e, possivelmente, a regulamentações que protejam os pacientes.

A morte de Fábio Mocci Rodrigues Jardim é um alerta para a sociedade e para os profissionais de saúde sobre a importância dos protocolos de segurança em exames que, embora comuns, envolvem complexidade e riscos potenciais. No centro do debate está a busca por respostas de sua família e a esperança de que, com a investigação em curso, seja possível entender o que levou a essa fatalidade. Enquanto isso, o setor de saúde se vê diante de um momento de reflexão e possíveis mudanças que possam minimizar qualquer risco semelhante no futuro.

A dor da perda ainda reverbera em Santos e entre aqueles que conheceram e admiravam Fábio, um empresário que deixa um legado de determinação e compromisso com a sua comunidade.