Protagonismo Feminino na escola
Dra. Angélica Anido Lira
O apagamento de mulheres importantes na história do Brasil e do mundo está com os dias contados.
No dia 25 de setembro deste ano, foi promulgada a Lei n.º 14.986. Esta lei altera dispositivos da LDB (Lei n.º 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira), a fim de incluir a obrigatoriedade de abordagens fundamentadas nas experiências e nas perspectivas femininas nos currículos escolares.
A partir de 2025, na segunda semana do mês de março, as escolas de Educação Básica em todo o país deverão estabelecer a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História.
Essa iniciativa representa um marco importante na promoção do protagonismo feminino nas instituições de ensino. Durante séculos, o patriarcado, um sistema de organização social que privilegia os homens e subordina as mulheres, foi responsável por grande parte do silenciamento feminino. Esse sistema, presente tanto no Brasil quanto no mundo, influenciou a maneira como a história foi contada, marginalizando ou apagando as contribuições das mulheres em diversas áreas. As trajetórias de cientistas, artistas, líderes políticas e ativistas femininas foram muitas vezes ignoradas ou subvalorizadas, em prol de uma narrativa dominada por figuras masculinas.
Ao incorporar nos currículos escolares temas que evidenciem as conquistas e contribuições das mulheres, a educação brasileira dará passos significativos para corrigir esse apagamento histórico. Mulheres como Maria Quitéria, Anita Garibaldi, Dandara dos Palmares, Nise da Silveira, Carolina Maria de Jesus e tantas outras, que desempenharam papéis fundamentais em diversos momentos da história, terão suas trajetórias conhecidas e valorizadas pelas futuras gerações.
Além disso, a inclusão dessas histórias no contexto educacional vai além da reparação histórica. Ela também é essencial para inspirar meninas e jovens mulheres a perceberem que podem ser protagonistas em suas próprias histórias. O exemplo de mulheres que superaram barreiras impostas pelo patriarcado reforça o empoderamento feminino e estimula a construção de uma sociedade mais igualitária.
A valorização das mulheres na educação não beneficia apenas as meninas, mas a todos os alunos, promovendo uma compreensão mais ampla e inclusiva da história e da sociedade. Através dessa abordagem, as escolas se tornarão espaços de reflexão e conscientização, onde o protagonismo feminino será uma realidade reconhecida e celebrada, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para um mundo mais justo e inclusivo.