23/12/2024

Estudo revela existência de microplásticos ainda menores na Antártida

Estudo realizado em bases argentinas na Antártida pretendia gerar dados sobre os níveis de poluição plástica e suas fontes; preparação e análise de partículas recentemente achadas podem levar até 20 dias para estudar apenas uma amostra.

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, anunciou o fim de uma operação que mostra provas de poluição por microplásticos em lagos, nos litorais e no oceano na Antártida.

A agência que essas descobertas preliminares ilustram como a poluição plástica atingiu todos os cantos da Terra e como os microplásticos ameaçam a saúde do oceano global.

Análise e resultados

Entre os microplásticos encontrados nas amostras estão o politetrafluoroetileno, cloreto de polivinila, polipropileno e tereftalato de polietileno.

A análise e os resultados serão publicados e compartilhados com o Comitê Científico para Pesquisa Antártica, um órgão interdisciplinar do Conselho Internacional de Ciências que fornece consultoria científica ao Tratado Antártico.

Iniciativa foi a primeira missão de pesquisa científica da Aiea para a Antártida
ONU/Mark Garten
Iniciativa foi a primeira missão de pesquisa científica da Aiea para a Antártida

A chamada missão Antártida integrou a ação da Aiea para desenvolver a capacidade em laboratórios em todo o mundo desde janeiro. O objetivo era gerar informações sobre os níveis de poluição plástica e suas fontes.

Para agência da ONU, este meio do monitoramento de microplásticos marinhos é um passo essencial para o avanço na meta mais ampla visando desenvolver uma rede global de acompanhamento da situação marinha.

A iniciativa denominada Nuclear Tecnology for Controlem Plastic Pollution, Nutec Plastics, foi a primeira missão de pesquisa científica da Aiea para a Antártida. O lançamento foi feito pelo diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, e pelo presidente da Argentina, Javier Milei.

Bases argentinas na Antárctica

A ação contou com o apoio de autoridades argentinas e de especialistas a bordo do navio quebra-gelo “Irizar” à expedição realizada entre bases antárticas argentinas de Marambio, Esperanza e Carlini.

A equipe composta por cientistas da agência da ONU e da Argentina usou os laboratórios de bordo do Irizar para preparar amostras para análise nos Laboratórios de Meio Ambiente Marinho da Aiea em Mônaco.

O conhecimento sobre as tecnologias e os protocolos nucleares que podem ser aplicados no ambiente antártico também foram compartilhados.

Aiea Afirma que essas descobertas preliminares ilustram como a poluição plástica atingiu todos os cantos da Terra
ONU/Eskinder Debebe
Aiea Afirma que essas descobertas preliminares ilustram como a poluição plástica atingiu todos os cantos da Terra

A iniciativa Nuclear Tecnology for Controle of Plastic Pollution usa ferramentas e tecnologia provenientes da energia nuclear para combater a poluição global por plástico em duas frentes.

A primeira é a aplicação das novas tecnologias para melhorar a reciclagem de plástico. Já a segunda concentra os recursos para monitorar a poluição plástica no oceano que é o destino da maior parte dos resíduos do material.

Monitorar a poluição plástica

A apresentação foi feita em evento paralelo da 68ª Conferência Geral da Aiea em que a Nutec Plastics revelou detalhes sobre o processo de desenvolvimento de protocolos e análise de microplásticos.

O cientista de Pesquisa da Aiea, Marc Metian, disse que embora a partículas tenham sido estudadas há alguns anos, tem se lidado agora com a presença de microplásticos ainda menores do que os analisados nas anteriores.

Como técnicas e protocolos que nunca foram harmonizados para microplásticos do tamanho atual, a testagem, o desenvolvimento desses métodos e sua aplicação pode levará um tempo significativo.

De acordo com o especialista a preparação e a análise podem levar até vinte dias para apenas uma amostra.