Confrontos no Líbano mataram 28 profissionais de saúde em 24 horas
Sul do país fechadas teve 37 unidades de saúde fechadas; em Beirute, três hospitais foram forçados a evacuar totalmente funcionários; chefe da OMS fala de uma escalada perigosa com consequências graves para a região.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que 28 profissionais de saúde morreram num só dia após a escalada dos confrontos no Líbano.
Falando a jornalistas na quinta-feira, em Genebra, Tedros Ghebreyesus disse que muitos profissionais não se apresentaram no serviço por terem fugido das áreas onde trabalham por causa dos bombardeios.
Eventos que causaram sofrimento de civis
Para o chefe da agência da ONU, a situação tem limitado severamente a administração de tratamento ao grande número de traumas e a continuidade dos serviços de saúde.
Nesta sexta-feira, a OMS advertiu que não poderia entregar uma grande remessa de suprimentos médicos e de tratamento de traumas ao Líbano após restrições que levaram a fechar quase por completo o Aeroporto de Beirute.
Para Tedros, a situação libanesa marca a evolução dos eventos desencadeados pelo ataque do Hamas e de outros grupos armados a Israel gerando sofrimento de civis em Israel, em Gaza e na Cisjordânia. Na segunda-feira, a escalada completa um ano.
O conflito causou mais de 1,5 mil mortes em território israelense e quase 42 mil em Gaza desde 7 de outubro do ano passado. Na Cisjordânia o total ultrapassa 700.
Sírios que buscavam refúgio em terras libanesas
Ainda na Faixa de Gaza, o número de desaparecidos supera 10 mil e 1,9 milhão de pessoas estão deslocadas. Em cativeiro vivem pelo menos 101 reféns retirados de Israel.
No Líbano, a OMS registrou mais de 1,6 mil mortes e acima de 1 milhão de desalojados, incluindo 350 mil pessoas vivendo em abrigos e outras 160 mil que cruzaram a fronteira para Síria. Estima-se que 70% delas sejam sírios que buscaram refúgio em terras libanesas na sequência da guerra em sua terra natal.
A agência sublinhou que o Governo da Síria, a ONU e os parceiros fazem o seu melhor para responder a esse fluxo, mas será necessário suporte adicional.
No sul do Líbano já foram fechadas 37 unidades de saúde, enquanto em Beirute um total de três hospitais foram forçados a evacuar totalmente funcionários e pacientes. Outros dois foram parcialmente desocupados.
Suprimentos limitados
A atuação de trabalhadores de saúde e de ajuda humanitária, incluindo a equipe da OMS, tem sido em condições muito difíceis e perigosas por causa dos suprimentos limitados. Tedros disse que a assistência médica continua sendo alvo de ataques.
Em parceria com o Ministério da Saúde Pública do Líbano, a OMS apoia o gerenciamento de traumas e as vítimas que estão concentradas em hospitais.
A agência fez um pedido aos parceiros para que facilitem os vôos para a entrega de suprimentos essenciais ao Líbano. Em relação ao ataque do Irã a Israel, o chefe da OMS falou de uma escalada perigosa com consequências graves para a região.
O apelo da agência é que haja “uma redução da escalada do conflito” que permitiria a proteção de cuidados de saúde, reabertura de rotas de acesso, entrega de suprimentos e por último um cessar-fogo que levaria a uma solução política e à paz.