21/12/2024

Governança em Inteligência Artificial: por que as empresas devem se preocupar

Especialista destaca pautas ligadas ao tema que devem estar no radar dos conselhos de administração

 

Do polêmico ChatGPT às simulações de como personalidades já falecidas estariam hoje, passando pelas especulações sobre o fim de diversos empregos no futuro próximo e os critérios preconceituosos de algoritmos, a Inteligência Artificial (IA) envolve uma série de questões éticas. Se antes esse tipo de tecnologia estava restrita às obras de ficção científica, hoje ela já é realidade para muitas organizações – e regulamentações começam a ser discutidas. 

Para citar alguns exemplos, no fim de outubro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou o primeiro decreto estabelecendo padrões de segurança e definindo ações a fim de proteger os norte-americanos dos potenciais riscos dos sistemas de IA. Já o Grupo dos Sete (G7), formado pelos países mais industrializados do mundo, recentemente começou a discutir um código de conduta voltado a negócios que desenvolvem sistemas avançados de IA. No Brasil, uma comissão temporária interna do Senado Federal foi criada com o objetivo de examinar projetos sobre o tema.

Nesse contexto, a governança em IA, se já não está, precisa ser inserida com urgência na pauta das lideranças empresariais e Governance Officers. É o que afirma André Bodowski, vice-presidente na América Latina da Diligent, líder global em soluções de governança, risco, compliance (GRC) e ESG (Environmental, Social, Governance).

“A adoção de ferramentas de IA traz inúmeros benefícios às organizações, como a automação de tarefas repetitivas, que leva ao aumento da eficiência e da produtividade. Algoritmos utilizados no processamento de dados também dão suporte às tomadas de decisão. Como toda novidade, contudo, a IA não está imune a controvérsias”, comenta.

Bodowski e os especialistas da Diligent destacam as pautas ligadas à IA que precisam estar no radar dos conselhos de administração:

1. As empresas devem explicar e justificar aos usuários as decisões que são tomadas com base em algoritmos de IA, com o objetivo de garantir a transparência e proteger os direitos dos consumidores e demais stakeholders.

2. Avaliar cuidadosamente os riscos éticos associados à IA, incluindo questões como viés algorítmico e discriminação. Assim, a integridade e a reputação da companhia são mantidas, bem como os interesses de todas as partes interessadas são respeitados.

3. A governança corporativa precisa promover o uso eficaz da IA ao automatizar a análise de riscos e identificar desvios de normas internas, o que reduz a possibilidade de erros humanos. Auditorias são necessárias, devendo ser realizadas de maneira precisa e completa.

4. Trabalhar para a garantia da transparência em todas as fases do processamento de dados, com eventual responsabilização para evitar cenários discriminatórios e decisões injustas. Definir políticas claras a respeito é mandatório.

5. Uma governança eficaz de IA demanda atualização constante de líderes sobre tendências, para que sejam capazes de alinhar a estratégia da organização à tecnologia, avaliando sempre os riscos e oportunidades associados.

6. A garantia de que a organização esteja em conformidade com as legislações relacionadas à proteção de dados, com a proteção das informações dos usuários.

7. Além das lideranças e conselheiros, é necessário que todos os colaboradores passem por capacitações e atualizações envolvendo IA e as questões éticas que cercam o tema.

“Sabemos que essas ações não serão implementadas ‘do dia pra noite’, mas quanto mais cedo as empresas começarem a se organizar, melhor. A adoção dessas medidas, afinal, além de ser o certo a se fazer, melhora a credibilidade junto a clientes, fornecedores e investidores”, acrescenta Bodowski.

 

Sobre

Diligent oferece uma plataforma que ajuda as empresas a implementar um moderno modelo de governança, abrangendo conselhos de administração, comitês de ESG e Diversidade, ética, auditoria e gestão de riscos. Isso inclui a capacidade de centralizar ameaças corporativas em diversos pontos, proporcionando uma visão mais abrangente e eficaz das exposições de risco. Com mais de 25 mil clientes em 130 países e um milhão de usuários, a Diligent enfatiza a importância de equilibrar a otimização do trabalho com a compreensão dos riscos envolvidos, especialmente à medida que a IA desempenha um papel cada vez mais relevante em diversas indústrias, como saúde, finanças e educação.